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sábado, 4 de outubro de 2014

PELO FIM DO VOTO OBRIGATÓRIO

26/05/2014 - 13h08

Deputados apoiam fim do voto obrigatório


Medida está prevista na proposta de reforma política que foi elaborada por grupo de trabalho da Câmara após as manifestações de junho do ano passado. Reportagem especial explica esse e outros pontos do texto, que aguarda votação na CCJ.

As manifestações de junho de 2013 surpreenderam por sua força e espontaneidade, mas também pela rápida amplitude das reivindicações. Não demorou muito para que o tema reforma política ganhasse as ruas e, consequentemente, os discursos dos políticos.
 

A tentativa mais ousada de responder a essa demanda partiu da presidente Dilma Rousseff, que convocou cadeia de rádio e TV para propor, entre outras medidas, um plebiscito e uma constituinte exclusiva para redesenhar o sistema político-eleitoral do País. A proposta não foi bem recebida pelo Congresso, mesmo entre aliados do governo, que viram a ideia como uma usurpação das prerrogativas do Legislativo.

A alternativa apresentada pela Câmara dos Deputados foi a criação de um grupo de trabalho, em julho do ano passado, para converter em um projeto toda discussão acumulada ao longo de décadas.


Em menos de quatro meses, os parlamentares apresentaram uma proposta de emenda à Constituição (PEC 352/13) que contempla 16 pontos e, ainda hoje, aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). 


Entre todas as tentativas anteriores de reforma política, nenhuma deu tanto destaque à adoção do voto facultativo como a elaborada pelo grupo de trabalho.


“Todos os países desenvolvidos do mundo têm o voto facultativo. Se o cidadão não quiser votar, ele tem esse direito, seja porque não gosta dos candidatos ou porque qualquer resultado o satisfaz”, afirma o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), coordenador do colegiado.


Pesquisa De acordo com pesquisa divulgada pelo Datafolha em maio deste ano, o percentual de brasileiros contrários ao voto obrigatório chegou pela primeira vez a 61%. Pelas regras em vigor no País, o voto é facultativo apenas para analfabetos, pessoas com mais de 70 anos e as que têm 16 ou 17 anos.



JBatista
Cândido Vaccarezza
Vaccarezza: países desenvolvidos adotam o voto facultativo.

O mesmo levantamento, feito com 2.844 cidadãos entre 18 e 70 anos, revela que, se tivessem opção, 57% dos eleitores não votariam no próximo dia 5 de outubro, outro recorde. A pergunta sobre comparecimento às urnas é feita desde 1989. Nas sondagens anteriores, o total dos que não votariam se não houvesse obrigatoriedade nunca superou 50%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Amadurecimento
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defende que o voto pode vir a ser facultativo algum dia, mas, por enquanto, deve continuar obrigatório. "A obrigatoriedade deve ser mantida neste momento, em que ainda precisamos avançar com o processo democrático. Devemos fazer com que as pessoas se desvinculem do chamado voto comprado, tão recorrente, para caminhar para o voto facultativo”, sustenta.


Já o relator da proposta na CCJ, deputado Esperidião Amin (PP-SC), discorda do argumento de Delgado. "Essa história de ficar esperando o amadurecimento para tomar uma medida que você acha correta, já passou. Acho que quem sabe faz a hora, não espera acontecer, também nesse caso."


Estudos apontam que não há relação direta entre obrigatoriedade do voto e participação nas eleições. Mesmo onde há maior comparecimento em razão da obrigatoriedade, votos brancos, nulos, ausências e justificações mantêm padrões semelhantes ao das abstenções dos países onde o voto é facultativo. Os valores variam muito entre as nações, em razão de cultura ou do momento político que atravessam. O Brasil, no entanto, permanece com uma das maiores taxas de participação do mundo democrático, sempre acima dos 80%.


fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/468799-DEPUTADOS-APOIAM-FIM-DO-VOTO-OBRIGATORIO.html

quinta-feira, 2 de outubro de 2014


medicamentos-genericos-5142a1a8dbcf0A pesquisa de medicamentos elaborada pelo Núcleo Regional do Procon estadual de São Paulo, em Santos, São Vicente e Guarujá, constatou grandes diferenças de preços, não só entre genéricos e de referência, mas também entre um mesmo produto de ambas as categorias.
Em Santos, comparando os preços médios dos genéricos com os de referência de mesma função, verificou-se que, em média, os medicamentos genéricos são 58,7% mais baratos do que os de referência. No Guarujá, a diferença foi de 52,54% e em São Vicente atingiu 60%.
Entre os medicamentos genéricos, a maior diferença em Santos foi de 278,79%, na Dipirona Sódica, gotas 10 ml, encontrada a partir de R$ 0,99 até R$ 3,75. Já o creme dermatológico Dexason (Acetato de Dexametasona), 10 g, da Teuto, de referência, variou 74,54%, de R$ 5,42 a R$ 9,46.
Em São Vicente, a maior diferença entre os medicamentos genéricos foi de 665,43%, no Nimesulina, 100 mg, 12 comprimidos, encontrada a partir de R$ 1,88 até R$ 14,39. Já nos de referência, o Amoxil (Amoxicilina), 500 mg, 21 cápsulas, da GlaxoSmithKline, com preços entre R$ 15,50 a R$ 58,91, obteve a maior variação, 280,06%.
No Guarujá, a maior diferença entre os medicamentos genéricos foi de 278,79%, na Dipirona Sódica, gotas 10 ml, encontrada a partir de R$ 0,99 até R$ 3,75 e o Dexason (Acetato de Dexametasona), 10 g, da Teuto, variou 90,41%, de R$ 5,42 a R$ 10,32.
O coordenador do Procon Regional Santos, Gabriel Escudero, participou do CBN Santos por telefone e falou sobre a pesquisa do Procon sobre preços dos remédios.
Reportagem: Guilherme Pradella.
fonte: http://cbnsantos.com.br/genericos-tem-diferencas-de-ate-66543-nas-cidades-da-baixada

VARIAÇÃO NO PREÇO DOS MEDICAMENTOS VENDIDOS NO MERCADO

Custo de medicamento genérico 


varia quase 800% na Baixada 


Santista


Débora Pedroso e Simone Queirós 
N/A
Em SV, medicamento chega a ter diferença de 770%
O preço de medicamentos genéricos pode variar até quase 800% na região. O dado foi divulgado ontem pela Fundação Procon com base em uma pesquisa realizada em fevereiro. Os técnicos do órgão encontraram nas prateleiras de farmácias de São Vicente o remédio Losartana Potássica por valores que variam entre R$ 2,68 e R$ 23,34 (770%).

O levantamento foi feito em seis estabelecimentos, onde houve a identificação do custo de 56 fármacos: 27 genéricos e 29 de referência. No último caso, a maior diferença entre os preços está no antibiótico Amoxil (Amoxicilina), do laboratório Glaxosmithkline.

Com o maior preço a R$ 52,81 e o menor a R$ 14,67, a compra da caixa com 21 cápsulas de 500 miligramas mais barata representa economia de 260%.

“É uma ferramenta para o consumidor e mostra que ele deve fazer uma pesquisa antes de comprar”, alerta o coordenador do Núcleo Regional do Procon Santos, Wesley de Mendonça Rodrigues. O levantamento também aconteceu nas cidades de Santos e Guarujá.

Diferenças

Parece que pesquisar é a saída. Em Guarujá, a economia chega a 341,21% para a compra do genérico da Losartana Potássica. Enquanto em uma farmácia os 30 comprimidos de 50 miligramas custavam R$ 5,29, em outra estavam por R$ 23,34. Ou seja: na primeira era possível comprar quase cinco caixas com o valor que seria gasto na segunda.

No levantamento entre os medicamentos de referência, a maior variação no custo ficou para o creme dermatológico Dexason (Acetato de Dexametasona) do laboratório Teuto, com 98,17%. O item custava R$ 4,92 em uma drogaria e R$ 9,75 em outra. Ou seja: pague dois, leve um.

Já em Santos, a maior diferença de preço está no genérico Albendazol, com 379%. Os preços variam de R$ 3,88 a R$ 0,81.

O analgésico Neosaldina apresentou custou entre R$ 13,80 a R$ 10,80. O percentual de 27% de economia na compra do produto foi o maior apontado entre os fármacos de referência (veja tabela com dados e nomes dos estabelecimentos).
N/A
Metodologia

Na região, a pesquisa aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro. Nos três municípios visitados, o levantamento da Fundação Procon incluiu aproximadamente 60 medicamentos entre genéricos e de referência.

Conforme o estudo, em Santos, a Drogasil é a mais econômica com menor preço em 24 dos 51 dos medicamentos encontrados.

A Drogaria Extra em São Vicente tinha 48 produtos com menor preço e despontou como a mais econômica na pesquisa na Cidade.

Em Guarujá, o estabelecimento com o maior percentual de preços menores ou iguais aos médios foi o Pague Menos, com 32 itens nessa condição, de um total de 50 encontrados.

O estudo não levou em consideração os remédios na lista do Programa Farmácia Popular, do Governo Federal.

Defesa

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sincofarma-SP), Natanael Aguiar Costa, os dados apurados representam o reflexo de promoções no setor.“Às vezes o medicamento está para vencer em seis meses e o comerciante baixa significativamente o preço, pois é melhor vender por pouco a perder o produto”.

Por isso, uma das dicas do Procon é que o consumidor observe sempre o prazo de validade do medicamento na hora da compra.

fonte: http://www.atribuna.com.br/mobile/cidades/custo-de-medicamento-gen%C3%A9rico-varia-quase-800-na-baixada-santista-1.370500

terça-feira, 30 de setembro de 2014

DESABAFO DO VERGARA


GUARUJÁ, A CIDADE QUE A CORRUPÇÃO NÃO ENTRA EM GREVE!

por Manoel Inconfidente Vergara 
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Bom dia, meus poucos leitores. É verdade, a nova onda agora no Governo e nos bastidores políticos da Igreja Universal (leia-se PRB), é pregar que o Vergara está caidinho, ninguém mais o lê. Afinal e dai? Comecei com apenas um leitor e provavelmente acabarei com um. Será? Claro que não! Quem escreve a verdade, não merece castigo e, calar, esconder, omitir o Blogueiro da imprensa e TV, tá custando uma nota aos cofres públicos que acabam mandando a conta para a população é claro.
A população acordou sem transporte público, nenhuma novidade, afinal quando tivemos um transporte público de qualidade? O final da história é simples, a população pagará a conta, a tarifa de ônibus irá subir, o proprietário da empresa ficará feliz, já que vem reivindicando isso há meses, o sindicato e os sindicalistas vão ganhar uma graninha e a Prefeita de Guarujá vai fazer o papel de coitadinha, ir a televisão e chorar…..
Nada pude fazer, afirmará à nossa Lana Turner Guarujaense. A Prefeita de Guarujá não fará o devido sucesso como a antecessora, mas o papel de vilã no governo está perfeito. Vejam a situação das UPAS no final de semana, São João fechada sem médicos, Boa Esperança com apenas um médico e o Pam da Rodoviária como sempre, um Pânico.
E a USAFA Gentil Nunes Neto no Jardim Conceiçãozinha quando vai abrir ao público? Será que estão esperando o nosso Gentil Nunes passar desta para uma melhor para homenagear também o ex-vice prefeito de Guarujá, Comunista de carteirinha da Ilha de Santo Amaro?
Pois é, mas fazem um seis anos que não assisto a Câmara Municipal, Emissoras de Televisão e Jornais da cidade falarem e fiscalizarem absolutamente nada da Translitoral, campeã em denuncias no Ministério Público por descaso e outras “coisitas mas“…..Tenho certeza que deve ser devido ao “SEU PINGO”, aquele senhor que todo mundo gosta que trabalha lá na Translitoral e goza de tanto respeito e consideração dos políticos e jornalistas na cidade!
Bom, vamos aguardar o final da greve, mas a Prefeita de Guarujá já está reunida em seu gabinete com o G “alguma coisa”, parece até os filmes do James Bond, ela vai resolver o problema, aparecerá no jornal da TV Tribuna acenando as mãozinhas com rigor e vai declarar: “O Governo para combater a greve vai lançara o “Programa Shineray”, vamos mandar um projeto à Câmara de Guarujá para beneficiar os portadores de Ciclomotores de 49CC, que não precisam licenciar os ciclomotores, não precisam de habilitação, não param nos semáforos da cidade, andam pelas ciclovias e infernizam a vida dos motoristas diariamente pelas ruas da cidade.
Vou deixar aqui minha sugestão, tem um ônibus famoso lá na frente da Delegacia Sede que deve quebrar o galho, ou, basta pegar alguns do milionário contrato da Yellow Tour, que pelas contas de um perito e especialista, precisaria ser mais ou menos a Frota da Translitoral para justificar o contrato de quase 13 milhões……
O Ministério da Vergonha Alheia adverte: “Ler Os Inconfidentes, faz mal para o coração, causa pressão alta, aumenta a indignação e adoece pessoas honestas!” 

fonte: https://tiradentesguaru.wordpress.com/category/guaruja

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

AGRONEGÓCIO X MEIO AMBIENTE

20/07/2006 - 16:02

Desmatamento e poluição seguem o rastro do agronegócio

Degradação ambiental e concentração fundiária acompanham o avanço da agricultura empresarial no país. Prejuízos causados ao Pantanal, Cerrado e Amazônia são a face mais conhecida dos danos que também atingem camponeses e populações tradicionais
Por Fabiana Vezzali | Categoria(s): Notícias
O agronegócio avança na trilha do desmatamento e da superexploração do meio ambiente. No lugar da floresta, grandes pastos para receber gado, lavouras de soja e algodão. E o que restou de árvores que alimentaram madeireiras e carvoarias ou que serviram de insumo para a construção civil das grandes cidades. Esse é o alto preço que paga o país por apostar na grande propriedade rural como alavanca para o desenvolvimento econômico. As ameaças ao Pantanal, Cerrado e Amazônia são apenas a face mais conhecida da destruição ambiental provocada também por grandes projetos de infra-estrutura que obedecem às demandas da indústria e da agricultura exportadora.
"O projeto de assentamento agroextrativista de Nova Ipixuna, no Pará, é a única área verde da cidade. Moram lá 350 famílias e vivemos da extração da castanha-do-pará, açaí, cupuaçu, andiroba, copaíba. O problema é que o assentamento está rodeado de serrarias e carvoarias. As castanheiras, a qualquer hora do dia ou da noite, são levadas do projeto. Os madeireiros oferecem dinheiro a alguns agricultores para eles derrubarem a mata além do permitido. Os carvoeiros se oferecem para comprar a área, para derrubar as árvores e fazer roça. Fico muito triste quando encontro essas pessoas lá dentro", conta Maria do Espírito Santo da Silva, integrante do Conselho Nacional dos Seringueiros e moradora do assentamento de 23,58 mil hectares, criado há nove anos.
Sítio em Sapucaia (PA): árvores que alimentam madeireiras e carvoarias (Fotos Leonardo Sakamoto)

















A extração ilegal de madeira para fornecer às siderúrgicas, produtoras de ferro-gusa, também preocupa os agricultores da região de Carajás. Além de testemunhar a plantação de eucaliptos em grandes propriedades alterando a paisagem, Nilton Fernandes da Silva, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, também vê a mata nativa das pequenas propriedades sendo derrubada e vendida às carvoeiras. O carvão vegetal é utilizado na fabricação de ferro-gusa, matéria-prima do aço.
"A maior fonte para a produção de carvão está nas pequenas propriedades. Os agricultores vendem a madeira muito barata. Mas hoje nem se compra a madeira, já se instala o forno na pequena propriedade mesmo." Além de alertar para a exploração de trabalho escravo nas carvoarias, Nilton afirma que as empresas também financiam o plantio de eucalipto pelos pequenos proprietários. "Para nós, essa é uma ofensiva que vai atender ao grande negócio. Aqui, as grandes propriedades das empresas têm 20, 50 mil hectares. Depois que a mata se acaba, se o pequeno produtor não tiver plantação, não tem como sobreviver."
A agricultura empresarial depende da exploração de grandes extensões de terra. E o termo agronegócio – utilizado para modernizar a imagem do latifúndio – não esconde que, por onde a atividade avança, crescem a degradação ambiental e a concentração fundiária. "O agronegócio também é insustentável do ponto de vista social porque expulsa os pequenos agricultores do local", afirma Sergio Schlesinger, do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais (Fbons).
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) foram contatadas para falar sobre o tema, mas não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
Redução de danos

O Ministério do Meio Ambiente tem apostado que é possível conciliar o crescimento econômico do país com a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Tarefa que impõe um grande desafio, uma vez que a exportação de produtos agrícolas cultivados por grandes propriedades rurais sustenta a política econômica do governo federal, dependente de superávits na balança comercial. Enquanto o Ministério da Agricultura, porta-voz dos interesses do agronegócio, estima que quase 90 milhões de hectares de terras férteis ainda podem ser explorados no país, a pasta de Marina Silva direciona suas forças para projetos que diminuam os danos causados à biodiversidade brasileira.
"Quando a agricultura cresce ocupando espaços já degradados, causa um menor impacto. Mas quando avança sobre novas áreas de floresta, o prejuízo ambiental é maior. Uma política para região de florestas tem que provocar o uso intensivo das áreas já ‘abertas' e, ao mesmo tempo, manter a floresta que já existe. Os principais problemas trazidos pelo agronegócio são o uso de agrotóxicos, a conversão de florestas para desmatamento, e avanços sobre área de reserva legal", avalia o diretor do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente, Tasso de Azevedo.
Na opinião de Azevedo, a principal arma contra a destruição das florestas é a regularização fundiária, que concede direito de uso e posse da terra e, ao mesmo tempo, arrecada as áreas públicas ocupadas por grileiros (pessoas que falsificam documentos para justificar a posse da terra). "Para combater o desmatamento, tem que trabalhar também com o ordenamento fundiário, pensar a infra-estrutura do país de maneira que seja ambientalmente adequada e fomentar práticas sustentáveis da agricultura e da exploração da floresta. Só monitoramento e fiscalização não resolvem o problema".
 
Áreas de babaçuais, na região de transição para a Amazônia, estão sendo devastadas, inclusive em áreas de conservação (Foto: André Campos)








Articulado com a política ambiental, o Ministério de Desenvolvimento Agrário definiu que a política de regularização fundiária deverá começar pela região Norte do país, principalmente pelos estados de Roraima, Pará e Amazonas. A ação já estava prevista desde 2003, mas o governo afirma que só agora o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tem estrutura para iniciar o trabalho. "A nova lei permite a regularização da posse de até 500 hectares de terras na Amazônia Legal. Não é verdade que o governo não comprou briga com o latifúndio. No Pará, por exemplo, vivemos uma disputa pelo que chamo de padrão de ocupação. Junto com o Ministério de Meio Ambiente temos atuado para criação de Unidades de Conservação, reservas extrativistas. Estamos disputando a ocupação do oeste do Pará para não repetir o que aconteceu no sul do Estado", justifica o secretário-executivo do ministério, Caio França.
Essa região, que abrange municípios como Marabá, Santana do Araguaia e Xinguara, ainda sente os sintomas de uma colonização incentivada pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar que beneficiou os grandes empreendimentos do Centro-Sul e de fora do país. Ficaram do lado de fora a população indígena, as comunidades tradicionais e os pequenos produtores que, pelo o que tem sido observado, possuem maior capacidade de preservar o meio ambiente em comparação ao latifúndio.
Contudo, a pressão gerada pelo crescimento dos negócios extrativistas ou agropecuários tem alterado a realidade econômica dessas regiões e nem todos os assentamentos rurais na Amazônia conseguem preservar suas próprias áreas. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), até o ano de 2002 havia 1.354 assentamentos, ocupando mais de 231 mil quilômetros quadrados e onde moram mais de 200 mil famílias. "Cerca de 106 mil quilômetros quadrados (49% da área dos assentamentos mapeados) foram desmatados até 2004, representando 15% do desmatamento da Amazônia", indica levantamento realizado pelo Imazon. Esses assentamentos estão localizados ao longo das rodovias e na região do Arco do Desmatamento (partes dos territórios de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão).
A organizações ambientalistas criticam a opção estatal de privilegiar a criação de assentamentos na região Norte do país, sem levar em conta o impacto ambiental que isso tem gerado. Mais de 80% dos assentamentos foram criados a partir de 1995, mas a política de levar "homens sem terra para uma terra sem homens", respaldada pelo regime militar, é antiga, discursada do Juscelino Kubitschek e por Getúlio Vargas. Como já discutimos nas reportagens anteriores deste especial, essa mão-de-obra tem servido ao interesse dos grandes empreendimentos.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário reconhece que a dificuldade em desapropriar terras em outras regiões do país para fins de reforma agrária leva à concentração dos assentamentos em terras públicas na região Norte. Mas argumenta que essas ações fazem parte de uma política mais ampla de combate à grilagem de terras. "Junto com o Ministério do Meio Ambiente, criamos os assentamentos florestais, os Projetos de Desenvolvimento Sustentável. Mas a região também é nossa prioridade política por causa do cenário de violência e conflito no campo", defende Caio França.
Moradora de um projeto agroextrativista de Nova Ipixuna, Maria do Espírito Santo, conta que recebe sempre ameaças por denunciar a retirada ilegal de árvores do assentamento, localizado a cerca de 100 quilômetros de Marabá. "No começo, havia apenas uma entrada no projeto. Agora são quatro estradas vicinais e fica difícil para a gente fiscalizar o que acontece. Então, eles vão invadindo e vão levando. Na estrada, a gente vê um monte de tijolo e já sabe que é pra fazer fornos para o carvão. Se existe fiscalização? A situação do Ibama é constrangedora. Quando eles saem de Marabá, os madeireiros já desaparecem daqui."
É forte a resistência das populações tradicionais na luta para preservar a floresta. Mas as ações do poder público parecem chegar tarde e serem frágeis frente ao poder de atividades econômicas que já alteraram profundamente a paisagem brasileira.
Derrubando árvoresEntre 2004 e 2005, foram desmatados cerca de 19 mil quilômetros quadrados na região amazônica. O campeão de desmatamento foi o Estado do Mato Grosso, com quase 7 mil quilômetros quadrados de floresta derrubada, seguido pelo Pará, com cerca de 6 mil quilômetros quadrados. São números menores do que os índices apresentados em 2004, quando nada menos que 27 mil quilômetros quadrados de floresta haviam sido destruídos. Mas os pequenos agricultores, indígenas, seringueiros, pescadores e ribeirinhos não têm motivos para respirar aliviados.
As árvores derrubadas são parte de uma história que começou nos anos 70, com a expansão das fronteiras agrícolas. A entrada da agricultura empresarial na região da Amazônia Legal alterou radicalmente o uso que os povos indígenas e as populações locais faziam da terra, basicamente a agricultura de subsistência e extrativismo. Quando a soja chegou nos anos 80 à região, boa parte da cobertura vegetal já havia cedido espaço à pecuária extensiva.
No ciclo da expansão agrícola, a criação de gado abre fronteiras, amansa e regulariza a terra e depois cede espaço às monoculturas, para depois avançar sobre outras áreas da floresta. Segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), partindo do Sudeste do Mato Grosso, a soja alcançou nos anos 90 a região Norte do Estado e seguiu em direção à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163). Nesta região está, por exemplo, o município de Sorriso que é responsável atualmente por mais de 10% da produção nacional de soja. No caminho, outros municípios cresceram rapidamente sob a influência do agronegócio, como a região de Rondonópolis, onde se consolidou o cultivo de soja e milho. Quando conquistou o Pará, incentivada por benefícios concedidos pelo governo estadual, a soja já dominava as lavouras nos cerrados de Mato Grosso, Tocantins, Sul do Maranhão e Piauí.
Engana-se, porém, quem imagina que a abertura de novas fronteiras agrícolas está próxima de seu fim. Em 2002, o IBGE fez o primeiro levantamento sobre o meio ambiente nos municípios brasileiros e revelou que a região de cerrado na porção Oeste da Bahia já está ameaçada pelo desmatamento. "Muitos gestores municipais indicaram queimadas e desmatamento alterando a qualidade de vida e a paisagem. Pode estar se repetindo aí a expansão agropecuária que já substituiu por enormes plantações de soja grande parte dos cerrados outrora existentes no Brasil Central", indica a pesquisa.
Cruzando a floresta

A política do regime militar de povoar a Amazônia, como se aquela fosse faixa de terra sem habitantes, também atraiu com incentivos fiscais grandes empresas e interessados em ocupar as terras públicas – prato cheio para grilagem de terras e estabelecimento de latifúndios.
A abertura de estradas que ligassem essa região ao resto do país agiu para o deslocamento de mão-de-obra barata e o escoamento da produção. Passaram a cruzar a floresta rodovias que ligavam Brasília a Cuiabá e Porto Velho, a Transamazônica, e a Cuiabá-Santarém, por exemplo. E, seguindo o mesmo caminho das estradas, mais desmatamento. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia afirma que a relação entre a degradação ambiental e a construção de estradas é clara. "Três quartos dos desmatamentos entre 1978 e 1994 ocorreram dentro de uma faixa de 100 quilômetros de largura ao longo das rodovias (50 quilômetros para cada lado) pavimentadas da região. Entre 33 e 55 % das florestas que estavam dentro desta faixa foram desmatadas até o ano 1991", aponta.
Em 2004, quando o asfaltamento da rodovia Cuiabá-Santarém foi anunciado como uma das obras prioritárias do governo federal, o Ministério do Meio Ambiente apressou-se em elaborar, em conjunto com a sociedade, um plano de ações para os 71 municípios na região. A justificativa para concluir a pavimentação da BR-163 é criar um corredor de exportação através do rio Amazonas para escoar soja, madeira, arroz e gado ao porto de Santarém. O plano do governo chamado "BR-163 Sustentável" prevê regularização fundiária da área, criação de unidades de conservação, incentivo a projetos de geração de emprego e manejo florestal.
"Estamos planejando a construção de uma rodovia de forma diferente. Quando você está planejando o asfaltamento de uma rodovia, é muito importante pensar no entorno dela. Se você só pensa no caminho por onde ela vai passar, o entorno tem destinos trágicos, como já vimos em alguns lugares. Antes de começar a pensar esse projeto, em 2002, o desmatamento havia crescido 500% na região da BR-163 no Estado do Pará, mas no ano passado o desmatamento foi próximo de zero", comemora Tasso de Azevedo.
O integrante da Fbons, Sergio Schlesinger, considera que os planos são importantes, mas não conseguem impedir a degradação ambiental provocada pelas estradas. "A área ao longo da rodovia é valorizada e existe uma pressão enorme dos proprietários de terra para ocupá-la. O governo não tem estrutura para evitar o desmatamento porque falta fiscalização, por exemplo".
Pecuária orgânica no Pantanal é alternativa para reduzir danos ao meio ambiente

Vizinhos ameaçados



Entre os biomas mais ameaçados do mundo, já é conhecida a degradação causada no Cerrado pela pecuária e lavouras mecanizadas de soja e algodão. Dos mais de 2 milhões de quilômetros quadrados originais de vegetação nativa, restam apenas 20%. Pouco se diz, porém, que a destruição do Cerrado também atinge oPantanal – declarado patrimônio nacional pela Constituição brasileira.
"Os principais rios do Pantanal nascem nas chapadas do bioma vizinho que tem problemas ambientais associados à intensa produção agrícola que se desenvolve na região", denuncia o relatório da organização Conservação Internacional. O estudo também afirma que até 2004 quase 45% da área da Bacia do Alto Paraguai e do Pantanal teve sua vegetação original completamente descaracterizada. Em geral, a derrubada da mata beneficia pecuaristas – interessados em aumentar as áreas de pasto – e as carvoarias que utilizam a madeira.
Dos projetos "desenvolvimentistas" anunciados para a região do Pantanal, causou grande polêmica a tentativa do governo do Mato Grosso do Sul de construir usinas de álcool na bacia do Alto Paraguai. O projeto foi condenado pelo Ministério do Meio Ambiente que considerou prejudicial a implantação de empreendimentos ligados à lavoura de cana-de-açúcar próximos à região pantaneira. Na época, organizações da sociedade civil avaliaram que seria grande o risco de contaminação de rios pelo subproduto da cana, o vinhoto, além do aumento das queimadas e do uso de herbicidas. A mobilização social e a trágica morte do ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros, que se suicidou no ano passado, após atear fogo ao próprio corpo durante um protesto, aparentemente forçaram o governo estadual a desistir da idéia.
 Ao mesmotempo, é também no Pantanal que cresce o projeto de incentivo à pecuária orgânica – uma alternativa sustentável para a atividade econômica historicamente presente na região. Na pecuária orgânica a adubação é feita sem agrotóxicos e não se pode utilizar a queimada para renovar o pasto, por exemplo. A carne produzida de dessa forma alcança um maior valor, comprada por consumidores que buscam produtos ambientalmente responsáveis.
No comportamento de consumo da sociedade reside uma das maiores armas para enfrentar o problema. Apesar de incipiente no Brasil, esse comportamento já é representativo em países europeus, causando prejuízos a marcas conhecidas.
Os crimes ambientais não se reduzem a ameaças contra a preservação de florestas, rios ou animais. Estão freqüentemente acompanhados de atos de violência contra moradores, sindicalistas, trabalhadores rurais, indígenas, ou ativistas. Para aqueles que tentam resistir à ofensiva dos tratores e serras-elétricas, as ações do Estado parecem chegar tarde mais. Esse é o tema da próxima reportagem deste especial.
FONTE:  http://reporterbrasil.org.br/2006/07/desmatamento-e-poluicao-seguem-o-rastro-do-agronegocio/

Agronegócios - o Brasil como protagonista mundial.