Alimentação
Pesquisa do Idec aponta mais sódio que o informado em dez produtos
Débora Pedroso
Uma pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) aponta que alimentos industrializados têm índice de sódio maior do que o informado na embalagem. A variação pode chegar a quase 200%.
Divulgado essa semana, o estudo coletou amostras de 291 alimentos de 90 marcas diferentes nos meses de março e abril. Os itens integram o acordo voluntário para reduzir a quantidade de sódio, realizado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia.
O alto teor de sódio apareceu em pelo menos dez produtos. Na lista, a salsicha caracteriza-se como a grande vilã: há quatro tipos de marcas diferentes. O produto também ocupa os dois primeiros lugares na variação do teor de sódio em comparação com o anunciado na embalagem.
Divulgado essa semana, o estudo coletou amostras de 291 alimentos de 90 marcas diferentes nos meses de março e abril. Os itens integram o acordo voluntário para reduzir a quantidade de sódio, realizado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia.
O alto teor de sódio apareceu em pelo menos dez produtos. Na lista, a salsicha caracteriza-se como a grande vilã: há quatro tipos de marcas diferentes. O produto também ocupa os dois primeiros lugares na variação do teor de sódio em comparação com o anunciado na embalagem.
Irregular
A situação está em desacordo com uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que prevê variação de 20% para mais ou menos nas informações do rótulo.
“Além de ferir o direito à informação do consumidor, é um risco à saúde. Tanto para quem já tem uma doença crônica como para quem não tem”, alerta a nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto.
Produto
|
Marca
|
Teor de sódio - rótulo (mg/100g)
|
Teor de sódio - teste (mg/100g)
|
Variação (%)
|
Salsicha Viena
|
Frigor Hans
|
344
|
1.020,1
|
196,5
|
Salsicha Viena
|
Ceratti
|
734
|
1.380,8
|
88,1
|
Requeijão cremoso light
|
Batavo
|
440
|
811,6
|
84,4
|
Salsicha longuete
|
Seara
|
960
|
1.750,8
|
82,3
|
Mistura para bolo aerado de chocolate
|
Renata
|
491,10
|
857,1
|
74,5
|
Requeijão cremoso light
|
Elegê
|
440
|
763,1
|
73,4
|
Salsicha para hot dog
|
Seara
|
960
|
1.633,2
|
70,1
|
Biscoito água e sal
|
Panco
|
470
|
667,8
|
42
|
Linguiça frescal mista cozida e defumada fininha
|
Seara
|
1.200
|
1.703,0
|
41,9
|
Mortadela refrigerada tradicional
|
Aurora
|
925
|
1.282,1
|
36,8
|
Baixo
Entre os alimentos analisados, pelo menos 17 produtos apresentaram teor de sódio abaixo do informado na tabela nutricional. A linguiça calabresa defumada Sadia apresentou a maior variação (37,8) nesse quesito.
Produto
|
Marca
|
Teor de sódio - rótulo (mg/100g)
|
Teor de sódio - teste (mg/100g)
|
Variação (%)
|
Linguiça tipo calabresa defumada temperatura ambiente
|
Sadia
|
1.820
|
1.131,90
|
-37,8
|
Linguiça toscana frescal
|
Aurora
|
1.428
|
930,60
|
-34,8
|
Margarina com sal
|
Delícia
|
550
|
385,10
|
-29,9
|
Bisnaguito
|
Pullman
|
388
|
294,9
|
-23,9
|
Bisnaguinha
|
Qualitá
|
398
|
302,5
|
-23,9
|
Bisnaguinha Scooby-Doo
|
Wickbold
|
350
|
266,00
|
-24
|
Margarina
|
Amélia
|
480
|
364,80
|
-24
|
Margarina
|
Becel
|
700
|
532,00
|
-24
|
Bisnaguinha premium
|
Panco
|
442
|
335,90
|
-24
|
Bisnaguinha Scooby-Doo integral
|
Wickbold
|
334
|
253,80
|
-24
|
Bisnaguinha
|
Kim
|
236
|
179,4
|
-23,9
|
Bolo recheado com gotas de chocolate
|
Bauducco
|
150
|
120,7
|
-19,5
|
Bolo de laranja sem recheio
|
Bauducco
|
200
|
162,1
|
-18,9
|
Bolacha recheada de chocolate
|
Toddy
|
300
|
243,9
|
-18,7
|
Bolacha recheada waffer de chocolate
|
Triunfo
|
113,30
|
92,8
|
-18
|
Mistura para bolo aerado de coco
|
Renata
|
571,40
|
470,6
|
-17,6
|
Pão de forma
|
Qualitá
|
500
|
412,2
|
-17,5
|
Providências
O Idec informa que priorizou a análise de uma amostra de cada produto. “Pensamos no consumidor comum, que vai ao mercado comprar o produto”, explica Ana Paula.
O órgão encaminhou os laudos para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilância Sanitária Estadual e para o Procon de São Paulo. As punições aos fabricantes que apresentaram informações erradas nas embalagens, conforme a pesquisa, variam entre notificação, multa e até a retirada do produto do mercado.
Resposta
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) desconhece a metodologia empregada no estudo do Idec, cujos resultados teve conhecimento apenas pela imprensa. A entidade conta com 140 empresas associadas que representam 70% do faturamento do setor alimentício do País e considera que a amostra de 291 produtos de 90 marcas é um universo restrito, que não representa de forma ampla o segmento.
Nos últimos sete anos, a Abia e o Ministério da Saúde vêm trabalhando para promover a alimentação saudável e nutricionalmente adequada. Prova disso são acordos de cooperação técnica visando a redução dos teores de sal/sódio nos alimentos processados, com meta de queda gradual de sódio em 35 categorias de alimento, e também a retirada do mercado de aproximadamente 28,5 mil toneladas de sódio até 2020.
A entidade ainda destaca que a maior parte da quantidade de sódio ingerida pelos brasileiros advém do sal de cozinha, que representa 59,7% do nutriente consumido nos domicílios, além de 11,8% na alimentação fora do lar e 4,7% dos alimentos in natura, totalizando 76,2% do sódio consumido pelos habitantes do País.
Ou seja, o sal consumido pelo brasileiro a partir dos produtos industrializados corresponde somente a 23,8%.
O Idec informa que priorizou a análise de uma amostra de cada produto. “Pensamos no consumidor comum, que vai ao mercado comprar o produto”, explica Ana Paula.
O órgão encaminhou os laudos para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilância Sanitária Estadual e para o Procon de São Paulo. As punições aos fabricantes que apresentaram informações erradas nas embalagens, conforme a pesquisa, variam entre notificação, multa e até a retirada do produto do mercado.
Resposta
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) desconhece a metodologia empregada no estudo do Idec, cujos resultados teve conhecimento apenas pela imprensa. A entidade conta com 140 empresas associadas que representam 70% do faturamento do setor alimentício do País e considera que a amostra de 291 produtos de 90 marcas é um universo restrito, que não representa de forma ampla o segmento.
Nos últimos sete anos, a Abia e o Ministério da Saúde vêm trabalhando para promover a alimentação saudável e nutricionalmente adequada. Prova disso são acordos de cooperação técnica visando a redução dos teores de sal/sódio nos alimentos processados, com meta de queda gradual de sódio em 35 categorias de alimento, e também a retirada do mercado de aproximadamente 28,5 mil toneladas de sódio até 2020.
A entidade ainda destaca que a maior parte da quantidade de sódio ingerida pelos brasileiros advém do sal de cozinha, que representa 59,7% do nutriente consumido nos domicílios, além de 11,8% na alimentação fora do lar e 4,7% dos alimentos in natura, totalizando 76,2% do sódio consumido pelos habitantes do País.
Ou seja, o sal consumido pelo brasileiro a partir dos produtos industrializados corresponde somente a 23,8%.
fonte: http://www.atribuna.com.br/cidades/pesquisa-do-idec-aponta-mais-s%C3%B3dio-que-o-informado-em-dez-produtos-1.392888
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